Quero um poema que não me denuncie
Nada de ironias ensaiadas, crimes inventados, choro de novela das 8
Quero um poema soco no estomago, que me chutasse o saco caso tivesse um
Quero um poema que estoure os vidros, que te acorde aos berros
Quero um poema desses que te faça gritar de dor, que te corte como navalha
Pingos de sangue sobre teu papel
Quero escrever em teu corpo, sobre o brilho de uma lamina, afiada
Cortante
Vem meu amor, que te espero ansiosa
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